quinta-feira, 5 de junho de 2008

Titulo: Crônica de Natal
Autor: Aldemar Paiva- adapt. Rolando Boldrin
Não, eu não gosto de vancê,
Papai Noé.
Também não gosto desse seu papé
De ficá aí vestido de vermeio
vendendo ilusão
pra tar de burguesia.
se os meninos pobre da
cidade, soubesse
o desprezo que o sinhô tem
Pela humirdade,
eles jogavam pedra
em sua fantasia.
Vancê, tarvêz num se alembre mais..
Faz muito tempo...eu cresci.
me tornei rapaz
Mas nunca esquecí aquilo que passô.
Foi assim:
Eu tinha escrevido
um biete prô sinhô
Pedindo o meu presente..
A noite inteira eu esperei contente..
Raiou o dia...Chegou o sor...
Mas vancê.. não chegô.
Inté chorei...desconsolado...
Então, dias despois, meu pai
Coitado, me apareceu com um trenzinho
véio enferrujado..
ponhô na minha mão
e disse assim; Toma...é seu..
--Pra mim, pai ?
Sim. É pra vancê...foi o papai Noé que mandô.
E aí vi quando ele, uma lágrima
desfarsô, de emoção
...Eu..
Inocente... nesse caso,
maginei que o meu biete com atraso,
tinha chegado
im sua mão, .naquela hora.
Então , contente,
limpeio MEU trezinho
bem limpado, dei corda nele
ele partiu...deu muitas
Vorta...meu pai do lado...me olhou
Se riu... me abraçou...e foi-simbora.
Passado mais uns dia
Meu pobre pai , de repente vortou.
vinha assim
Como quem ta com medo
e falou pra mim:
Me dá aqui aquele seu brinquedo
Eu vou trocá por outro na cidade.
E eu... sem vontade
Fui entregando pra ele
o MEU trezinho, quage a saluçá...
E como quem num qué abandoná
Um mimo que lhe deu quem
Lhe qué bem..
Eu supriquei medroso
Ô pai...eu só tenho ele
..Eu num quero outro brinquedo
Eu quero aquele
Por favor, pai...num vá levá meu trem
Ele nem me ouviu..
Correndo, bateu a porta. e saiu.
como um doido varrido
Minha mãe gritô pra ele.
.José ?
Ele nem deu ouvido...
Foi-se imbora e nunca mais vortô.
Pois é..
papai Noé..
Vancê me transformô
Num homi que hoje
Despresa a infância e o dia de Natá.
Sem meu pai..sem brinquedo
Afiná...dos seus presente,
Num hai um que sobre
Da riqueza pra esses menino pobre
Que sonha o ano inteiro
Com a noite de Natá.
E só bem despois que eu cresci
Foi que tudo compriendí...
Naquele do tar trenzinho
meu pai de mim compadecido
Num gesto humano e decidido
pagou bem caro a minha ilusão
foi longe demais, coitado.
imaginando que pro seu fio aquilo
era um bem
Tinha roubado do fio do patrão
aquele trem
Quando ele sumiu da última vêz,
Pensei que tinha viajado
No entanto minha mãe
despois que eu fiquei moço,
em pranto...me conto... que ele foi preso
e transformado..em RÉU...
pra absorvê meu pai
Nenhum amigo ou parente
Se atreveu.
E o pobre definhando na cadeia
Foi indo...indo...
Inté o dia em que Deus,entrou naquela
cela, e libertou ele pro céu

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